RIO - Duff McKagan pode não ter se tornado tão popular quanto Axl Rose e Slash, mas foi um membro fundador do Guns N' Roses e conseguiu manter um carreira sólida no rock nos últimos 30 anos. Após curta passagem pelo Jane's Addiction, o baixista de 47 anos hoje toca no Velvet Revolver, com o parceiro Slash, e em sua própria banda, a Loaded, além de escrever para jornais e administrar uma empresa de consultoria financeira para músicos. Em sua coluna dessa semana, no Seattle Weekly, ele resolveu colocar sua experiência a serviço dos que lutam para montar novas bandas. Duff escreveu uma pequena lista sobre o que fazer (e o que não fazer) para ter sucesso num grupo de rock.
As duas primeiras dicas provavelmente têm origem na experiência de Duff no Guns N' Roses. Ele sugere que o aspirante a rock star encontre um bom baterista, pois "sem uma grande batida, seu grupo simplesmente nunca vai deixar o ponto de partida". O segundo passo, no entanto, é se livrar do cara assim que ele começar a criar problema, repetindo em seguida o primeiro passo. "Esse processo pode consumir todo o resto de sua carreira", admite. O primeiro baterista do Guns, Steven Adler, se juntou à banda por sugestão de Duff. Acabou saindo em 1990 por abusar do consumo de drogas.
Com a base rítmica garantida, o baixista afirma que é preciso conseguir um cantor que tenha o que ele chama de "LSD", ou "Lead Singers Disease" (Doença do Cantor Principal, em tradução livre). Duff diz que o sujeito precisa ter a capacidade de ficar de frente para o público, mesmo sem uma guitarra por trás, e "dominar absolutamente o palco e todo o lugar".
Ele admite que é preciso encontrar uma pessoa excêntrica para cumprir esse papel, normalmente com "uma opinião muito positiva de si mesmo". O baixista diz que "vai se tornar cansativo depois de um tempo, mas quando os músicos se cansarem das palhaçadas do cantor, os empresários bajuladores já terão encontrado uma forma de se livrar dos membros originais da banda de qualquer maneira". Num tom politicamente incorreto, Duff sugere que "alto níveis de álcool e drogas são bons parceiros de cama para quem está nos últimos estágios" da fase citada acima.
Além do baterista firme e do cantor com presença de palco, Duff afirma ser essencial um baixista com senso de humor, para aguentar todas as "piadas de baixista". Com tom um tanto irônico, ele lembra que "guitarristas sempre são populares" e que se o seu filho quiser tocar alguma coisa, a guitarra deve ser o instrumento escolhido.
Duff propõe que os membros da banda ajudem a carregar o equipamento para os palcos e se preocupem em manter a melhor forma possível e lamenta que os vocalistas nunca participem desse ritual. Logo depois ele garante que não está falando de uma banda em particular e que esses exemplos são "lugar-comum em quase todas as bandas de rock" das quais ele participou ou conheceu.
Duff lembra que já tocou todos os instrumentos citados e, portanto, já caiu em "todas as armadilhas dos cenários acima". O roqueiro termina a lista brincando com o fato de ter incluído mais de 10 itens num top 10, pois "músicos não são bons com números, letras, nomes, geografia ou leitura". Ele volta a falar da importância do bom humor, pois "se você levar isso tudo muito a sério, vai perder os 'bons momentos' de se estar em uma banda".
"Quando estiver um em uma banda e sentir que a química é perfeita e a música a melhor coisa que você pode fazer, aproveite esse momento. Todo a besteira pessoal que você terá de enfrentar é só... besteira", aconselha.
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